porque será que as crianças deixam de ser crianças? é uma questão em aberto em portugal, um lugar onde não é proibido maltratar as crianças. será que é um fenómeno característico do subdesenvolvimento?
devia ser possível inventar a forma de uma criança deixar de ser criança sem abandonar o mundo das crianças, para que se pudesse defender dos adultos, que não fizesse somente perguntas. mas isso não era ser criança, infelizmente isso não é possível.
um adulto é uma espécie de criança ressabiada que não soube envelhecer, que se precipitou, que fugiu, que ouviu falar que se morria, que se esqueceu de perguntar sempre e de habitar o mundo com curiosidade, pela primeira vez.
o adulto pensava que já tinha feito todas as perguntas possíveis, que já podia responder, dar conselhos, indicar o caminho, fazer uma religião à volta dele e bater nas crianças, se elas se portassem mal, maltratá-las. os adultos estão malucos. é por isso que ele, a criança que abandonou o mundo das crianças, quer voltar ao mundo das crianças. maltratar as crianças para ganhar o dia, com dinheiro no horizonte. uma espécie de jogo do monopólio das crianças com dinheiro autêntico.
o adulto é aquele que só pensa no dia que recebe o salário, o prémio do jogo, o nobel. que só pensa no seu futuro e no sistema que o gere, ao ponto de trabalhar de uma forma absurda para que ele se perpetue, longe daquilo que realmente é o ser (criança). faz isso ao ponto de se transformar num imbecil todos os dias. e no auge da imbecilidade maltrata as crianças e é desculpado por uma lei e um tribunal também imbecis.
um adulto não pode voltar a ser criança. não nasce todos os dias. salvo os esquizofrénicos. quando chega a casa ou ao trabalho e a troco de dinheiro pode maltratar uma criança? e ser desculpado? porque neste país as crianças são bodes expiatórios dos delírios materialistas dos adultos, desculpam-se os adultos como se estivessem a nascer todos os dias.
a vida deve ser honesta, depende dos problemas por resolver entre os adultos. os adultos são responsáveis, podem ser julgados, podem defender-se. já não são crianças, nunca mais irão ser. a brutalidade dos adultos deve ser resolvida entre si, as crianças não podem ser o palco do espectáculo brutal que é ser adulto e velho.
é por isso que todo o discurso acerca das crianças resulta um pouco absurdo, e ainda bem. Nas asas do desejo, o discurso do bibliotecário, em berlim , ao pé do muro e na biblioteca, dá que pensar.
fernando
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