Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2005
É engraçada a forma como o PS tenta enquadrar Freitas do Amaral no seu seio ou, como agora se vai dizendo, no seu colo. No entanto, o homem, porque é uma pessoa, não me parece ser aquilo a que se convencionou chamar de "puta política". Nunca se deve reforçar uma ideia. A política por natureza é corrupção. Apesar da grande tentativa de Platão na República, nunca os políticos pensaram e nunca foram filósofos. É natural que o pântano, que Guterres nomeou sem descrever, exista. Freitas do Amaral parece ter feito recentemente, o prefácio de um livro de Garcia Pereira, sendo convidado a aparecer posteriormente no seu lançamento ao lado do fundador do MRPP, Arnaldo de Matos. Não é normal. Ou por outra, não devia ser. Parece ser tudo circunstancial. O Homem já não é ele mesmo. Aliás nunca foi. Nem sequer ele mesmo e a sua circunstância. Pura e simplesmente, o Homem já não sabe o que é. É só a circunstância. Comporta-se como um náufrago que se agarra até à atmosfera para se manter vivo.
Este é de facto um mundo pós-moderno. As ideias morreram, e as palavras já não querem dizer nada. Bem, gostaria ainda de acreditar que há qualquer coisa ainda no marxismo, e na esquerda em geral, que ainda existe e permanece ainda actual, e não é isto.
fernando